PRETENDERS - 'DON`T GET ME WRONG'
Sempre que alguém me diz ter compulsão por leitura, eu me lembro de uma crônica do Veríssimo que dizia que, no desespero, sem nenhum livro por perto, o viciado apelava até para bulas de remédio.
Eu não chego a tanto, afinal, quem sou eu para me comparar a ele. Mas eu tenho o costume --talvez um tanto quanto anti-social-- de carregar livros de um lado para o outro. Afinal, nunca se sabe quando um momento de ócio os farão necessários.
E eu gosto muito de livros, fisicamente falando. A textura do papel, a cor das tintas, a capa, e tudo mais. Nada como árvores mortas sujas de tintas para me alegrar o dia.
Um exemplo: tempos atrás achei num sebo um exemplar do 'Ateneu', do Raul Pompéia, que devia ser do início do século. O livro em si não é dos meus favoritos, mas achei fantástico mesmo assim. A página com a data estava muito estragada, mas o texto havia sido impresso, no mínimo, antes do acordo ortográfico de 1943. Era da época em que as páginas dos livros eram unidas umas nas outras, e leitor tinha que rasgá-las, uma a uma, antes da leitura propriamente dita. Algumas das páginas desse exemplar ainda estavam grudadas, ou seja, pelo menos 60 anos se passaram sem que niguém tivesse lido aquele exemplar por completo.
Outro: ontem mesmo eu encontrei, num desses sites de leilão, uma primeira edição de 'O espelho mágico', do Mário Quintana --amém. Orelha escrita pelo Monteiro Lobato. Poucas vezes na vida eu fiquei tão feliz em gastar dinheiro com alguma coisa.
Concluindo: eis que um dia também aconteceu de eu dar de cara com um livro diferente de tudo com o que eu estava acostumado. Algo como 'Finneggans wake' no original, mas pior. Sim, porque 'Finneggans wake' no original eu pelo menos sei pronunciar o nome. Esse outro é escrito em uma linguagem totalmente desconhecida. Quando eu acho que estou desvendando um décimo do que se passa na cabeça do autor, tudo muda. Agora eu sei como o Leitor se sentia.
Quero só ver como a história termina. Se é que termina.
06/10/2003
MICHAEL JACKSON - 'DON'T STOP `TILL YOU GET ENOUGH'
- Well, that went well.
- Yeah, it could have been worse. He could have shot
her.
03/10/2003
GRAFORRÉIA XILARMÔNICA - 'VOCÊ FOI EMBORA'
Porque nem só de Engenheiros do Hawaii vive o rock gaúcho. O Graforréia faz uma musiquinha-pop-semi-psicodélica sem maiores pretensões, que grudam no cérebro como chiclete, impressionante.
O auge do sucesso da banda, se é que se pode dizer isso, foi em 1994, quando eles lançaram o disco
Coisa de louco 2 pelo Banguela -- o mesmo selo que lançou várias boas bandas novas durante a década de 90, como os Raimundos.
'Você foi embora' é a música mais conhecida desse disco, graças a um clipe que tocava direto na MTV. Eu fiquei quase 10 anos sem ouvi-la, até que uns meses atrás ela caiu nas minhas mãos de novo. E eu ainda sabia a letra inteirinha de cor (se bem que, dada a complexidade da composição, isso não significa muita coisa).
Graforréia Xilarmônica - 'Você foi embora'
Você foi embora
Sem me avisar
Meu coração ficou triste
Não quero lembrar
Você não sabe o quanto gosto de você
Minha menina
Igual a você, ninguém
Toda a minha vida
Alguém assim procurei
De nada vale
Ficar triste assim
Você foi embora
Bem longe de mim
Você nem imagina o quanto gosto de você
Minha menina
Esteja onde estiver
Há tempo ainda se você quiser.
Você foi embora
02/10/2003
BOOKER T. & THE MG'S - 'GREEN ONIONS'
...
01/10/2003
VELVET UNDERGROUND - 'FEMME FATALE'
- Aparência não é assim tão importante. Olha a Bela e a Fera. O sujeito era um monstro, e, mesmo assim, ela ficou com ele.
- É. Mas ele pelo menos tinha um castelo.
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